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14 de maio de 2011

palavras mudas

Vou na onda do mar, boiando pensamentos leves e livres, construindo castelos de fantasias e sonhos de desejo, enquanto penso que tenho de deixar de achar que qualquer detalhe me quer dizer alguma coisa de ti. Levemente sonho que não sou nada, que não te digo nada nem com os silêncios de palavras afogadas neste marasmo de tarde de praia.
Corpo esculpido de formas arredondadas, bronzeado desuniforme porque não cuidado, pensamentos naufragados na praia, estendidos por cansaço, tentando esquecer que tudo o que penso é sobre ti, ideia velha de muitos anos que me atormenta na nostalgia de não ter já força para mudar.
Estranha forma de me achar que sou um nada quando tu é que és importante, nem que seja apenas para mim.
Vou na onda do mar, coração batendo lenta e despreocupadamente, perdendo fé na forma de minutos.
Vou na onda do mar, sendo igual mim, calado em silêncios de palavras mudas.

Sanzalando

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