Translado o meu corpo inerte dum pensamento para outro. Divago num vagabundear de ideias como medo de me fixar numa. É assim a minha vida e por isso é que me dizem que o amor dói e se não doer não é amor. É assim que deixo a minha lucidez por aí num descampado assoreando baías, embelezando imagens, criando expectativas e desvirtuando realidades. Talvez seja esta minha escondida loucura que me dê coragem para fazer coisas que a minha seriedade não me permite nem imaginar.
Talvez eu nem seja um ser existente, pedaço de átomo que imagina que tem um corpo, esbelto, magro, ginasticado e ornamentado por farta cabeleira delirante a pensar que tem pensamentos reais a partir de sonhos virtuais.
Translado um corpo num pensamento inexistente com medo de pensar que um dia eu possa ser realidade sem te ter a meu lado como o corpo deseja e a mente desconsegue. Amor de verdade não acaba assim dum momento para outro por isso vagabundo-me por aí num perder-me sem fim.
Sanzalando
Perdidamente
ResponderEliminarDivago
A minha ansiedade
A minha saudade
desse corpo ginasticado
Delirante a pensar
O amor dói
se não doer não é amor
Coragem
Nem quero imaginar
perder-te assim
Querer-te sem fim
pedaço de átomo
dói e muito
Existente
a doer e sem fim
é o meu amor
A vida é assim.