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6 de junho de 2019

ouço-me no silêncio

Primaverou parece é tempo do meu cacimbo. Já nem o tempo me mostra o lado sul. O vento parece vem de lá, mas se arrepiou num bloco de gelo pelo caminho. As crianças assim não conseguem nem brincar na rua como quando eu era da idade deles. Talvez seja por isso que eu me sento algures aqui numa gruta de imaginação a ver o tempo vento passar e ouvir os meus silêncios, essa voz que eu tenho dentro de mim que me sussurra caladamente as verdades que eu sinto. Eu me ouço nas falsas partidas da voz, nas pausas respiratórias imprecisamente usadas. 
Eu ouço o meu amor, o meu discurso da faz de conta e os meus gritos sentimentais.
Não me destruo por pequenas coisas nem por pequenos tempos actuais. Eu ouço o meu silêncio levado pelas ondas do vento rasante do zulmarinho, eu me eternizo na silabas que me digo.



Sanzalando

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