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4 de novembro de 2019

almas que tenho


Quantas almas eu tenho? Que idade tem a minha alma mais velha? E a mais nova? Idade é uma ideia que me passa ao lado. Serei sempre criança. As minhas ideias progridem mesmo que o meu corpo não lhas acompanhem. Não sou de estar à beira do abismo e dar um passo em frente. Portanto não me vou aproximar matemáticamente do fim, somando dias aos vividos.
Perdi a pele sedosa e elástica do meu riso de criança, perdi a alegria das brincadeiras de rua, perdi amigos levados pelo além, perdi a realidade do passado.
Ganhei a face do conhecimento, os cabelos da responsabilidade e a velocidade. O tempo passou a ser veloz. Impiedosamente veloz.
Cinzentou-se o zulmarinho mas a capacidade de o apreciar cá está. Acredito, resumidamente, que as minhas asas não se perderam no tempo que passou. Continuo a ter a capacidade de sonhar e ser feliz.

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