recomeça o futuro sem esquecer o passado

Podcasts no Spotify

4 de janeiro de 2020

No ferro, ferradura e saudade

O céu azulou e o zulamrinho azulou de brilhos. E os meus olhos também. A minha alma nem se fala. E com estes raios de sol a me azularem eu fiquei com uma saudade de não ter acordado feito criança ou adolescente de pouca idade sem parvoeira no meio. Essa saudade corta no peito porque não consigo lembrar mais as palavras, as cores, a aspereza do toque da minha rua. Faz tempo esqueci os rostos, os corpos, as portas e janelas da minha rua. Eu não sei o motivo dessa saudade assim num dia destes. Não tenho motivo. Mas eu queria ter acordado nessa tenra mas sabedora idade. Eu queria saber dos meus amores de então, das estúpidas decisões de amar na clandestina fase de só eu saber. 
Mas na verdade eu não acordei nessa idade, acordei na minha idade e dá para ver quem ainda há pouco bajulava, idolatrava e santificava hoje atira pedras aos antigos santos. Eu não gostei de acordar hoje na minha idade.


Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário