E se a minha avó fosse viva ia dizer que estava tempo de ir morrer para longe. Nem é inverno nem primavera. É mesmo só cinzento ar de quem não apetece fazer mais nada para além de esperar que amanhã esteja melhor.
Se eu não fosse um gajo porreiro, pelo menos para mim, saía do meu corpo e ia ver o que os meus pensamentos poderiam fazer de mim. Ao som dum qualquer CD, porque já não arranjo um gira-discos para ouvir o ruído de fundo dos meus vinis, ia por aí pensar num qualquer quarto de arrumações onde pudesse guardar os meus esquecimentos, os meus lamentos e os sofrimentos que acabei por não sofrer.
Com um tempo assim, num confinado obrigatório até parece virei um finado da minha estória sem memória, sem um final feliz e sem um copo de fundo com vinho de missa a que faltei.
Frutos cinzentos do tempos
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