Caminhando por aí dou comigo a me esquecer quem fui. Um dia, muitas luas antes, era eu uma criança, numa mudança de voz ainda, jogava a bola na rua, num jogo de acaba aos dez mas muda aos cinco, e a falta de jeito era notória, me rasteiraram e de tromba no chão lá se foi meio dente para a vida dele que nem lhe procurei. Chorei choro de trovoada que acho a cidade toda teve conhecimento. Só não teve quem estava distraído. Ano após ano essa metade que ficou se tornou uma marca de mim. Ali cabia o cigarro, a bic ou a sua tampa. Eu um dia fui assim e já me esqueci.
O francês, falava falava e não lhe percebia nada, tentou lhe compor mas cada vez que punha ali um cimento ele caía parecia faltava alicerces. E pouco a pouco a metade se tornou a falta total. Como se diz falta em francês? Pois foi assim que a estória começou. De consulta em francês até ter que mudar para outro foi um arrancar de peças que qualquer camapunha era elogio. Mas a criança na mudança de voz não era vaidosa e não teve complexo. Camapunhou-se que foi uma beleza.
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