Me deixa ir só por aí a escutar os sons da natureza. A solidão tem um som específico. A tristeza tem o seu próprio som. O pássaro, o mar e até o vento leste o têm. Cada um tem o seu próprio modo de se fazer ouvir. O vazio tem também. Os meus passos são audíveis pelos ouvidos apurados do silêncio assim como o é o meu pensamento. Me deixa só ir ouvir a natureza. Me deixa ir encontrar o som. Aquele som que procuro e que perdi no momento em que começou o meu falecimento, no momento em que nasci. Como eu queria ouvir o som do útero materno. Como eu queria ter apenasmente o abraço materno e o seu silencioso som.
Me deixa só ir ouvir o que tiver que ser.
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