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22 de fevereiro de 2024

insónia de memória

Acordado na noite como se fosse mais uma parte do meu dia com muito para fazer. Sentado no sofá, vagueei por insónias, desejos, cóleras e prazeres passados num tempo que já nem a memória localiza. Era uma noite diferente. Além de ser noite em mim, também era noite na rua. O céu era negro e salpicado de estrelas, A lua era nova pois brilhava parecia tinham lhe puxado o lustro. Eu sentado contando minutos, horas ou outros tempos que nem os carneiros passavam para eu lhes contar. Olhei as flores que tal como eu não dormiam. Estavam viçosas do lado de lá da janela banhando-se em luar. Eu não sentia vento e elas também não porque não ventava. A noite além do céu negro estava cheia de silêncios. As nuvens que lentamente se modificavam ao ritmo desse silêncio faziam-no silenciosamente. O sono não veio e eu vagabundei no tempo, fui até tão longe que já estava com medo de não saber o caminho de voltar. Vi coisas do nada, voei idades, acariciei caras que faz tempo já não são como me lembro delas. Vi gente faz tempo não fazem parte deste tempo. Quando a aurora começou a romper o céu os meus olhos pesados vergaram-se e eu não sei como voltei ao tempo de hoje, pois o sol quente me bateu na cara, manhã alta.


Sanzalando

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