Sábado para Domingo, num fim de semana algo agitado, com escaramuças na Praia da Rocha e seus golpes de arma branca. Fins de semana típicos de verão em que a paixão se sobrepõe à razão e de copo em copo até ao golpe fatal, pelo menos para fim de férias.
Somo chamados à pequena cirurgia com certo grau de urgência. O que faço sem grande esforço. Questão de feitio ou sentido pessoal.
Entro na nossa salinha e está uma jovem com cara de há pouco ter feito 20 anos e um jovem pouco mais velho. Ambos choravam convulsivamente.. Achei que o choro era mais de susto que de razão física. Mas quem sou eu para fazer julgamentos e ainda por cima de madrugada? Quero é despachar e bem. Sempre digo que quando eu trabalho é por mal de alguém e eu não gosto do mal alheio.
- Então o que é que temos aqui? perguntei olhando para a tolha que estava no colo do jovem, cheia de sangue.
- Quem te naifou? mais uma vez em adivinhação que verifiquei ser errada.
Ele assim num espaço de choro, cara de medo e envergonhado me diz:
- Casámos hoje, viemos para o hotel e quando comecei a fazer aquela coisa com ele só senti um calor e dor e quando olhámos eu era sangue por todo o lado. Pensámos que era por ela ter perdido a virgindade. Mas o sangue era meu e nós não sabíamos que ao deixar de ser virgem a gente também sangra. E isto não para. isto assim escrito demorou muito tempo a ser dito pois havia soluços, choros e pausas no meio até de palavras.
- Mostra-me lá o instrumento - disse eu tentando aliviar o ambiente - Epá, rasgaste o ferio. Tenho que dar aqui um ponto e reparar isto. Bem e aviso que vão ser precisos 8 dias de pausa para não voltar a acontecer.
O choro parou, e entrou a cara estupefacta de quem havia descoberto algo que não podia ter uso.
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