Parei no tempo. Hoje voltei atrás e parei no tempo. No dia em que eu me vi com olhos de ser gente. No dia em quem o amor saiu da obscuridade cósmica da minha inexistência como adulto. Voltei atrás, ao dia em que te vi. Se calhar teria sido melhor ter parado no último dia em que te vi. É que assim tenho muito para recordar-te.
Foi naquele dia que passamos a ser colegas de turma das aulas da tarde. Me olhaste e me sorriste. Quantas vezes já me tinhas visto do vidro de trás do lado direito? Eu tinha sido inúmeras... tantas as vezes quantas eu percorri a cidade porque sabia que ias passar ali no tal do passeio dos tristes do fim de tarde de todos os dias da semana. No último dia que te vi só ia lembrar o NÃO que me disseste quando me ia dirigir a te cumprimentar. Ao mesmo tempo do Não deste-te as as costas e ignoraste a minha existência. E tinha acabo. Agora no primeiro dia que as nossas vozes se cruzaram ao mesmo tempo que os olhos... é obra do diabo. Com muito diabo pelo meio. É mesmo para fazer sofrer os anos de amor platónico que me querias obrigar até acabares de estudar. Longa vida de espera ia ser a minha, mas me faltou a paciência e num relâmpago mental me deste uma berrida que mudei de vida num segundo. Mas os nossos amigos continuam a ser os mesmos.
E tu, já sorris?
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