Nova manhã e descobrimos o Café Avenida. Novo no sítio do velho. Metade é café outra metade é restaurante. Assim a gente tenha tempo e vem aqui dar umas garfadas em qualquer coisa. Hoje ficamos só pelo matabicho que é um café e um pastel de nata. Bom por sinal. Gostei do sítio. Ficou feita a promessa. Se combinou com o Lan que a gente hoje ia visitar as praias da costa norte. Se a gente não sabia de geografia estava feito. Ponto de encontro na área de Serviço da Laurinda que fica ao lado da antiga escola de condução que agora é a sede local da Sonangol. Mais um café que é para estar bem acordado, mesmo que não precise. Antes de irmos para norte a gente vai até à ponta do Noronha. Faz muito tempo que eu não vinha nem aqui. No tempo em que não pensanete a gente ia ver o par de namorados que escolhia estes sítios para conversar, penso eu. Outras idades, outros tempos. Vimos a cidade como quem vê quando vem do mar. Como ela cresceu para dentro do deserto. O antigo aeroporto está mesmo quase rodeado de casario. Cidade linda que é esta. Palácio e Igreja de Santo Adrião ali estão imponentes marcando o olhar. Bem depois arrancámos que não temos todo o tempo do mundo. Aí vamos nós a caminho da Aguada. Passámos no Mamede dos Caranguejos das Hortas, passámos no Rio Bero que continua vazio que é sinal que anda a chover pouco lá nas terras altas, na Quipola que continua no mesmo sítio e no mesmo estádio de conservação. Hoje não há procissão pelo que não tem paragem, fizemos o S grande que é para passar sobre a linha do caminho de ferro que antes corria do lado esquerdo da estrada e depois passa para o lado direito, e seguimos rumo ao Saco. Parámos no porto mineiro, depois de termos avistado uma fábrica de iodização do sal. No porto mineiro vimos toda aquela maquinaria parada e cor de ferrugem, quase a mesma cor que tinha antes de terem parado a exploração de Mavinga. Também chamarem Companhia Mineira do Lobito e estar tudo entre o Lubango e Namibe não fica bem, né? Eu ia jurar que tinha visto fotos de há cerca de um ano com aqueles espaços ainda com minério que tinha ficado ali assim como que esquecido. Agora não resta nem nada mais que o pó. Do porto propriamente dito está a funcionar a parte de combustíveis que é logo no primeiro terço daquela ponte qie é o porto. O resto está parado. Me disseram estão a pensar reabrir tudo. Nova vida está à espera daquela gente. Subimos a falésia e seguimos rumo até na Praia das Conchas.
Carlos Carranca
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