Uma semana que passou depressa

Quando não queremos os dias parecem que passam numa berrida que quando estamos a iniciar acabou. Fugi da beira-mar, me afastei nums 3 km de altitude. A rarear de O2 me fazia falta, quanto me faz falta estar sentado na areia da praia, olhando o azul do zulmarinho que aqui termina e todos sabemos que começa lá. Lá é o ponto onde eu devia estar. Lá é o meu lugar. Simplesmente lá!
Regressei e com um sorriso vi que há quem tenha esperado, sentado na areia ou utilizando-a para fazer construcções, esculturas, rabiscos. Eu gosto de escrever na areia molhada e ficar à espera que venha uma onda. Eu gosto de estar sentado à beira-mar e contar ou ouvir estórias. Agora só falta mesmo retomar o ritmo, habituar a usar as teclas para em voz alta contar as estórias que mesmo que não tenham acontecido não deixam de ser verdadeiras. Agora só falta mesmo sentar à vossa volta e ouvir-vos enquanto lhes conto, agarrado à minha birra estupidamente gelada, toda a transparência da minha alma. Agora só falta mesmo ver outras folhas pasquineiras e bloguistas, cheirosas de bafio e com humor que nada fica a dever à nausea, cairem por terra na constante procura de protagonismo, que usam e abusam do meu nome, que se autoretratam em cada linha tracejada e tortuosa porque enveredam.
Enquanto isso vou tracejando o meu caminho livre, olhando todas as linhas retas que são curvas e sabendo que depois delas está o lugar que é onde eu pertenço.
Falta agora re-ganhar o ritmo do semba, da rebita e colher os vossos sorrisos e aplausos.
Fico-vos a dever para sempre.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca