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5 de dezembro de 2006

22 - Estórias no Sofá - Porque dá trabalho- 2 de 2

Tinha desistido dos pesos pesados, 40 – 50, porque estes estavam quase todos ocupados e, os que não o estavam, era porque tinha defeito que se sobressaía a olhos dentro. Os 30 – 40 só estavam preocupados na subida dos degraus, na chegada do último andar com vista para o infinito. Por isso ela se colocou na categoria de menos de 30. Fiquei preocupado com ela, não vá ela um dia mudar para os pesos pluma.
Na verdade ela me fez, para além de bom ouvinte, criar uma outra característica, que é mesmo a observação apurada na busca do defeito da categoria dos pesos pesados ainda livres. Eu queria ter argumentos para lhe dar uma esperança, na categoria que eu pertenço afinal. Fui observando e numa espécime interessante que lhe apontei, ela me rematou com a protuberância abdominal. Estava de facto assim um bocadinho avantajada, mas nada que não pudesse ser corrigido. Ela negou de pronto e de forma categórica. Ter que passar horas no ginásio, sacrificar o seu corpo para dar estímulo e exemplo, era superior às suas forças. Ia ficar sempre um barrigudinho.
Lhe rematei que com amor tudo se ajeita, até uns pneuzinhos. Mas foi mesmo sem jeito.
- Não tenho paciência para desenvolver o potencial de ninguém.
Entendi o porquê. Até eu, Silvério dos Santos.
- Dá trabalho!

Sanzalando

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