A Minha Sanzala

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25 de dezembro de 2006

Deve de ser é Natal


Não caminho para fugir da vida, caminho para que a vida não se escape de mim.
Caminhar para conhecer outros sítios, outras gentes, para despertar sentimentos e imaginar outras vidas em outros sítios. Caminhar é mais que transportar-me fisicamente para outros sítios.
Às vezes sinto-me confundido e na verdade apetece-me parar, para recuperar energias, poder reencontrar-me, vasculhar-me sentimentos e vidas sonhadas em recantos de mim.
Às vezes, cansado, faço as coisas por inércia e outras vezes nem sei bem porquê. Às vezes estou perdido, despisto-me, repito e continuo sem saber onde estou. Caminho por caminhos que me levam sempre ao mesmo sítio num círculo de viagem sobre um ponto fixo.
E tu?
Segues-me como se a tua vida fosse a minha. Silenciosa e docemente procuras ouvir-me caminhar. Se eu caminho com destino ao fatal tu catalisaste-te comigo, serena e doce sombra do meu caminhar.
Sei que o meu caminho está à minha espera. Sei que o zulmarinho é a minha ponte, meu elo de ligação. Tu segues-me de ouvido à escuta, ansiosa por me ver fazer essa caminhada. E o medo de estar a caminhar para o abismo, para a queda fatal? Sentes como eu o sinto? Silêncio perturbador.
Vou ler um livro. Não me apetece. Estou tonto, tudo gira na cabeça na velocidade de um acelerador atómico.
Paro. Escuto o teu silêncio. Olho-te imóvel estendida ao meu lado.
Preciso parar para adquirir as forças que me façam reviver, para reencontrar o meu mundo, a minha cultura, o teu sol. Preciso da tua magia que tanta falta me faz.
Espero ser suficiente para ela, para a vida que eu escolhi e não quero deixar-lhe escapar como por entre dedos de uma mão não fechada e chorar por ter perdido a oportunidade de ser um caminhante de destino.Hoje caminho por altos e baixos. Deve de ser é Natal!



Sanzalando

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