Jacinto Nunca olhou e reparou que a mulher estava a olhar na janela com ar de pensadora.
- Que vês? lhe perguntou com voz de quem também podia estar calado, indiferente à existência de uma possível resposta.
- Isso importa? respondeu ela no mesmo tom.
- Mas claro que importa. Pensas que vou estar sempre a adivinhar o que vês? disparou ele que sempre tinha de adivinhar o que ia na cabeça daquela mulher.
Depois desta interessante conversa de xáxa ele se deteve assim como que a lhe olhar nos pormenores. Naquela posição, debruçada sobre a janela, ela tinha escolhido uma que lhe ressaltava os contornos e tornavam perigosas as curvas.
- E tu para onde olhas? perguntou-lhe ela sem se voltar para ver onde ele estava mas parecia que lhe adivinhava.
- Sabes bem. Tenho estado a olhar-te. respondeu ele já num outro tipo de voz, melosa.
- Já são dois. Tu me olhas de trás e desde faz tempo me olha fixamente um homem desde o outro lado da estrada. disse ela dentro da sua imobilidade de faz tempo de quem está na janela.
Ele retirou os olhos do corpo dele e os dirigiu para lá da janela. O mar estava calmo e reflectia o azul claro de céu. Nada mais conseguia ver. Também não se esforçou muito para ver mais, já que o seu quadro estava ali como que emoldurado na janela, obra perfeita dum pintor afamado.
- Queres que saia da janela? lhe perguntou ela em voz sussurrada de quem não tinha vontade de obedecer se a resposta fosse sim.
- Não! Fica assim para que eu te fixe na minha memória para todo um sempre qualquer. retorquiu ele prontamente com medo que ela se mexesse ao mesmo tempo que media todos os ângulos e fazia todas as tangentes possíveis com o olhar, lhe tentando imaginar o corpo sem aquelas capolanas.
Foi então que ela ouviu a voz que chegava desde o outro lado da rua:
- Se te incomodo diz que vou embora.
- Pergunta a Vénus. de imediato respondeu-lhe ela.
- Quem é que é essa?
- A Deusa!
- Não gosto de Deuses.
- Mas essa é a Deusa do Amor.
- Dessa tenho medo, lhe fujo desde que me recordo. dizendo isto começou a afastar-se. Uma estrela de razões e raciocínios o seguiam. Dava para ver.
- Creio que tem razão, há muita estupidez a girar no mundo. gritou ela agastada com o afastamento daquele homem que lhe esteve ali a admirar.
Girou 180º e olhou de frente para Jacinto Nunca, que nem assim desviou os olhos do seu corpo, nem assim interrompeu a série de pensamentos que pensava. Parecia mesmo ele estava ali a sonhar. Seus olhos brilhavam, seus desejos estavam como que a rebentar. Agarrou na mão de Jacinto Nunca, lhe disse umas palavras ao ouvido, ele pulou de contentamento.
Jacinto Nunca nunca mais foi visto e hoje corre a lenda que ele foi à procura de Vénus e pelo andar da carruagem ainda não lhe encontrou.
- Que vês? lhe perguntou com voz de quem também podia estar calado, indiferente à existência de uma possível resposta.
- Isso importa? respondeu ela no mesmo tom.
- Mas claro que importa. Pensas que vou estar sempre a adivinhar o que vês? disparou ele que sempre tinha de adivinhar o que ia na cabeça daquela mulher.
Depois desta interessante conversa de xáxa ele se deteve assim como que a lhe olhar nos pormenores. Naquela posição, debruçada sobre a janela, ela tinha escolhido uma que lhe ressaltava os contornos e tornavam perigosas as curvas.
- E tu para onde olhas? perguntou-lhe ela sem se voltar para ver onde ele estava mas parecia que lhe adivinhava.
- Sabes bem. Tenho estado a olhar-te. respondeu ele já num outro tipo de voz, melosa.
- Já são dois. Tu me olhas de trás e desde faz tempo me olha fixamente um homem desde o outro lado da estrada. disse ela dentro da sua imobilidade de faz tempo de quem está na janela.
Ele retirou os olhos do corpo dele e os dirigiu para lá da janela. O mar estava calmo e reflectia o azul claro de céu. Nada mais conseguia ver. Também não se esforçou muito para ver mais, já que o seu quadro estava ali como que emoldurado na janela, obra perfeita dum pintor afamado.
- Queres que saia da janela? lhe perguntou ela em voz sussurrada de quem não tinha vontade de obedecer se a resposta fosse sim.
- Não! Fica assim para que eu te fixe na minha memória para todo um sempre qualquer. retorquiu ele prontamente com medo que ela se mexesse ao mesmo tempo que media todos os ângulos e fazia todas as tangentes possíveis com o olhar, lhe tentando imaginar o corpo sem aquelas capolanas.
Foi então que ela ouviu a voz que chegava desde o outro lado da rua:
- Se te incomodo diz que vou embora.
- Pergunta a Vénus. de imediato respondeu-lhe ela.
- Quem é que é essa?
- A Deusa!
- Não gosto de Deuses.
- Mas essa é a Deusa do Amor.
- Dessa tenho medo, lhe fujo desde que me recordo. dizendo isto começou a afastar-se. Uma estrela de razões e raciocínios o seguiam. Dava para ver.
- Creio que tem razão, há muita estupidez a girar no mundo. gritou ela agastada com o afastamento daquele homem que lhe esteve ali a admirar.
Girou 180º e olhou de frente para Jacinto Nunca, que nem assim desviou os olhos do seu corpo, nem assim interrompeu a série de pensamentos que pensava. Parecia mesmo ele estava ali a sonhar. Seus olhos brilhavam, seus desejos estavam como que a rebentar. Agarrou na mão de Jacinto Nunca, lhe disse umas palavras ao ouvido, ele pulou de contentamento.
Jacinto Nunca nunca mais foi visto e hoje corre a lenda que ele foi à procura de Vénus e pelo andar da carruagem ainda não lhe encontrou.
Sanzalando
Quando toca ao "amor" tudo é belo.
ResponderEliminarComo sempre as suas palavras cativam-me. Cumprimentos.
Interesantes e enigmáticos esses dois Nuncas.
ResponderEliminarO que será que Dona Nunca espera na janela?
O Sr. Jacinto Nunca, só vê os contornos da Dona Nunca?
O que será que Dona Nunca sussurrou ao ouvido?
O que faz o Sr. Nunca pular de contentamento?
Vênus teria razão por não se deixar encontrar?
Mistérios!
beijos.
Não pude evitar e voltei.
ResponderEliminarUma pergunta que não me sai do pensamento...
Onde está o sofá?