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12 de outubro de 2007

a carta que não escrevi ainda

Me sento por aqui e atiro palavras ao vento como que a querer semear uma seara de ideias. Faz tempo que te quero ditar uma carta, mas só a penso e depois me calo. Talvez seja a tristeza em que navego neste mar de incertezas que carrega o meu coração para a solidão do silêncio e essa carta nunca mais chega às ondas do vento. E depois lhe ia colar o selo com ajuda duma lágrima?
Na verdade é que te penso constantemente e assim a nostalgia se afoga em ansiedade e esta se afunda em tristeza. E assim as palavras não saem para a carta que eu te queria escrever e assim tu não recebes por viva voz as palavras que eu não escrevi.
Te pode parecer um absurdo que mesmo assim eu tenha alegria que me faz dourado o meu dia que se parece assim com um cinzento de chumbo a querer ameaçar uma chuva forte interrompido por raios de sol.
Me sento aqui e ainda não é hoje que te escrevo a minha carta.

Sanzalando

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