Jacinto Miguel chega na praia e até parece que ouviu ela lhe dizer que ele era benvindo. Sem mais nem menos se atira na areia como exausto de ter andado a pé mais que aquilo que tinha andado. Desejou absorver o sol no seu corpo transpirado. Que lhe tivesse a ver ia jurar que ele nunca tinha visto praia na vida. Ergueu a cabeça e procurou no mar um barco. Pôs as mãos a fazer de binóculos como a querer ver mais longe ou a se proteger do sol, desconsegui perceber e também não fiz mais esforço nesse sentido. Perto das rochas viu uma tábua num constante vai e vem contra as rochas. Se ele conhecesse o mar ia saber que era uma velha prancha de surf abandonada, mas ele desconhecia por completo por isso pensou era um pedaço de barco que estava ali à espera dele. Deve haver sempre um barco no mar à espera dele. Como é que ele lhe podia andar se não tivesse um barco?
Pôs-se em cima, num sentado desequilíbrio. Era loucamente feliz ou assim parecia. Com as mãos a fazer de remos se afastou de bater nas rochas e viu uma caverna que só desde o mar se conseguia ver. Uau, pensou ele, que eu bem lhe vi os olhos carregados de espanto na admiração. Remou em direcção à caverna pondo a cabeça a girar parece é pombo em todas as direcções. Acho que decorou todos os cantos, recantos e circunferências daquela espaçosa caverna. Acho era maior que a casa dele que ficava para lá do Virei. No meio do seu ar espantado e como que a querer ver para trás se esqueceu que mar não é chão e o barco que mais não era que os restos funerais duma prancha de surf se virou e ele foi todo inteiro num estatelado para dentro da água. Parecia um prego a caminho do fundo. Agitou os braços, berrou dentro de água como que a querer lhe beber toda dum trago, por sorte uma onda lhe empurrou para perto da parede da caverna e ele se pondo em pé a água lhe dava na cintura e já consegui respirar que até parecia estava em terra. Gritou nos pulmões todos e se tivesse quem lhe emprestasse algum ele aproveitava também. Como resposta ouviu o eco. Acho que nas redondezas só estava ele mesmo. Também quase não vai ninguém para a praia quando o sol acaba de nascer. Só mesmo quem não lhe tinha visto nunca e pensa ele é rio mais grande que o rio que já ele conhecia do tempo das chuvas.
Dentro da caverna ele ficou a saber que o mundo não existia. Ele tinha de sair dali e já não via o resto do barco que mais não era que um finado fim de prancha de surf. Dar um passo em frente não dava porque já tinha aprendido que ele não é peixe e não consegue respirar se agua lhe passa o pescoço. Mas se aqui não existe mundo não é aqui que eu vou ficar, pensou ele alto que eu bem lhe ouvi na minha imaginação.
Mas de que lado fica o mundo agora?
Verdade seja dita que eu lhe vi entrar na caverna, lhe vi as peripécias, lhe ouvi os gritos, lhe vi engolir água parecia um naufrago e não lhe fiz nada para ajudar. Não é que dizem que as personagens têm vida própria? Então ele que se desenrascasse que era bem crescido e não precisa que eu invente uma maré baixa para ele sair dali mais logo ao fim da tarde.
Homem do Virei que se vire que eu sempre ouvi dizer que eram muito espertos, excepto nas coisas do mar que eles não tinham.
Pôs-se em cima, num sentado desequilíbrio. Era loucamente feliz ou assim parecia. Com as mãos a fazer de remos se afastou de bater nas rochas e viu uma caverna que só desde o mar se conseguia ver. Uau, pensou ele, que eu bem lhe vi os olhos carregados de espanto na admiração. Remou em direcção à caverna pondo a cabeça a girar parece é pombo em todas as direcções. Acho que decorou todos os cantos, recantos e circunferências daquela espaçosa caverna. Acho era maior que a casa dele que ficava para lá do Virei. No meio do seu ar espantado e como que a querer ver para trás se esqueceu que mar não é chão e o barco que mais não era que os restos funerais duma prancha de surf se virou e ele foi todo inteiro num estatelado para dentro da água. Parecia um prego a caminho do fundo. Agitou os braços, berrou dentro de água como que a querer lhe beber toda dum trago, por sorte uma onda lhe empurrou para perto da parede da caverna e ele se pondo em pé a água lhe dava na cintura e já consegui respirar que até parecia estava em terra. Gritou nos pulmões todos e se tivesse quem lhe emprestasse algum ele aproveitava também. Como resposta ouviu o eco. Acho que nas redondezas só estava ele mesmo. Também quase não vai ninguém para a praia quando o sol acaba de nascer. Só mesmo quem não lhe tinha visto nunca e pensa ele é rio mais grande que o rio que já ele conhecia do tempo das chuvas.
Dentro da caverna ele ficou a saber que o mundo não existia. Ele tinha de sair dali e já não via o resto do barco que mais não era que um finado fim de prancha de surf. Dar um passo em frente não dava porque já tinha aprendido que ele não é peixe e não consegue respirar se agua lhe passa o pescoço. Mas se aqui não existe mundo não é aqui que eu vou ficar, pensou ele alto que eu bem lhe ouvi na minha imaginação.
Mas de que lado fica o mundo agora?
Verdade seja dita que eu lhe vi entrar na caverna, lhe vi as peripécias, lhe ouvi os gritos, lhe vi engolir água parecia um naufrago e não lhe fiz nada para ajudar. Não é que dizem que as personagens têm vida própria? Então ele que se desenrascasse que era bem crescido e não precisa que eu invente uma maré baixa para ele sair dali mais logo ao fim da tarde.
Homem do Virei que se vire que eu sempre ouvi dizer que eram muito espertos, excepto nas coisas do mar que eles não tinham.
Sanzalando
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