Trago a barba em desalinho. Não, não é célebre barba de três dias. São tantas as falhas que é mesmo barba desalinhada por preguiça de a fazer desfazendo. Mas com este aspecto deslavado vou olhando o horizonte com um olhar tranquilo, vendo coisas e resolvendo outras que aparentemente são-me curiosas.
Exercício mental apenas, lavagem de tempo gasto em desnecessidades, amarguras vividas nas chagas da alma. Mas a perna traçada e o olhar tranquilo, ao que associo um sorriso disfarçado de quem já viveu muito e isto é apenas mais uma experiência, vou olhando em frente, num horizonte que às vezes está, parece, à mão de semear, outras distante que nem a imaginação lhe consegue alcançar.
Alguém poderia dizer que é assim o poema da vida, mas como não sou poeta e não sei o que é a vida sem nostalgia, limito-me a ver o passado com orgulho, as suas cambalhotas, os seus erros e as suas certezas de quem afinal de contas até que cresceu.
Olho, desconto o conto dos sonhos e refaço-me no calor do tempo.
Afinal de contas este ar descuidado não me deixa ser outro que não eu.
não és poeta? és o quê então?
ResponderEliminarSenti uma serenidade nesse texto.
ResponderEliminarQue coisa boa.
Abraços