recomeça o futuro sem esquecer o passado

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24 de junho de 2009

palavras cruzadas

Ouço o marulhar. Sinto a maresia. De olhos fechados não os vejo, invento-o em mim. Viajo no tempo e com o tempo me detenho no dia presente, somatório do passado vivido. Minutos tranquilos, segundos agitados, tempestades de chuva e vento ou só de um ou de outro, horas de alegria em que as lágrimas substituíram as gargalhadas. Silêncios, gemidos, palavras sem nexo na insignificância da dor.

De olhos fechados caminho no túnel da imaginação cimentado no desejo de realidade. Saboreio um café que ninguém me serviu, olho para as figuras do fumo de cigarro que ninguém acendeu. Viajo-me de tempo com tempo, passo lento como que a não querer perder nenhum degrau da escada da vida vivida.

Bebo um copo de água mineral geladinha como quem saboreia uma linha recta perfeita, soletro palavras como quem tenta ler um jornal decifrando palavras cruzadas.

Descruzo as pernas, abro os olhos e no azul mar escrevo uma carta de amor.


Sanzalando

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