recomeça o futuro sem esquecer o passado

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12 de junho de 2009

o que eu não te disse


Está sol de queimar um corpo queimado que nem o meu. Refugio-me em grandes caminhadas, perco-me do tempo em tempo nenhum. Tudo para esquecer quem me esconde a vida.
Já não suporto porque não resisto. Acho que todas as resistências, reais, imaginárias e mais aquelas que eu tentei inventar em mim, estão feitas em farrapos.
Enfim, recordo-te em cada movimento do meu corpo, porque me apareces como miragem reflectida num espelho inexistente da minha cabeça.
Enfim, num pequeno resumo, poderia dizer-te que eu já não existo para além do farrapo que me sinto. Estou como a resistência.
Tenho fome mas não me apetece comer.
Tenho sede e para além da mágoa não consigo ingerir mais nada. Talvez uma ou outra lágrima quem me escorra para o canto da boca…
Enfim, tento sorrir e parece faz chuva dentro de mim.
Vou passear até derreter de insolação a solidão.
Enfim, vou tentar recuperar o pouco que encontrar de mim, juntar peças e voltar-me para mim.



Sanzalando

1 comentário:

  1. Estou em falta...Em grande falta porque nunca mais vim aqui ler estas crónicas lindas...mas amargas. Pensei que o tempo da saudade e das tormentas tinha passado. Mas vejo que não. Não é o Carlos que conhecemos. Angolano é bicho à parte... Não há nada que o deite abaixo...
    Um abraço grande da
    Vera Lucia

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