Se eu me deixo dizer-te adeus definitivamente é como que pôr um ponto final num parágrafo sem travessão. E tu sabes que sou incapaz de dar um final aos sonhos que terminam num infindável número de manhãs quentes, perfumes garridos e cores queimadas pelo sol. Não quero e odiaria fazê-lo, porque ir-me-ia afogar na tristeza dum amor apagado pelo tempo e as minhas pupilas deixariam de ter o brilho da esperança e o reflexo dos ponteiros dum relógio atrasado. Talvez o meu coração se agonizasse num prenúncio de morte sofrida e os meus abraços não tivessem mais o calor para te aquecer nas noites frias e longas do inverno como se fosse um final do mundo.
Afinal de contas eu não tenho destino, não tenho fim. Acho-me o ruído duma lágrima que cai da cara, por vezes triste por vezes alegre, da vida e como assim não posso pôr fim como quem fecha um capítulo em mil pedaços. Não posso dizer adeus como se fosse uma queda em grande impacto a bater no chão.
Jamais te direi adeus, jamais de porei um fim. Poderei chorar-te amargamente, fechar os olhos tristemente, calar-me por rouquidão, mas amar-te será eternamente.
Hum! que bonito.
ResponderEliminarEsse livro tem que sair e eu sei que nome lhe poria.
ResponderEliminarMagnifico! Parabéns!