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13 de outubro de 2009

delírio ou recordação

Aproveito o sol e vou saltitando na areia da praia como fazia quando era criança. Faz conta estou a dançar com um pé no passeio e outro na estrada, assobiando uma música que acho e jazz que acabei de compor e nunca mais vou conseguir repetir. Foi do sol. Foi este o título que eu lhe dei. Não tem letra e é só mesmo composta para assobio de quem não sabe assobiar. Aí vou eu praia fora tentando carregar a bateria dos sonhos ou os sonhos em baterias para mais tarde descarregar. Sei que de repente sinto um nó na garganta. Acho que acabei de saborear a recordação dum beijo que me deste, ou que eu já não sei se é memória ou se é delírio. Mas de facto saborei-o e senti a tua mão a passar por entre os meus cabelos. Não, este sol não faz insolação, acho mesmo é recordação porque delírio não pode parecer assim tão é de verdade.

Agora sinto uma amargura que me parece que não entrou nos ouvidos porque não ouvi a tua voz a me dizer que me queres e outras coisas mimadas. Meus olhos entram em colapso lacrimal e não me deixam ver a linha do horizonte direitinha como me parece que ela é. Parei a dança dos pés e já não me lembro a música para um assobio.

Não, este sol não é o mesmo que eu me recordo, este mar não tem o mesmo marulhar e os biquinis não são mais como eram.

Acho vou para casa ver se é delírio ou recordação.


foto de C. Freire
Sanzalando

2 comentários:

  1. Os homens são confusos demais.

    Ana C.

    Bjussss

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  2. olá! hoje fugiram-me as palavras. Não quero comentar por comentar. Você, pelo que tenho lido, merece todo o respeito do mundo. Apenas para lhe dizer...obrigada.

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