Aprendo com os meus olhos a olhar para todos os lados, até para dentro de mim. Vejo-me desejando tornar realidade os sonhos que sonho, as imagens que invento numa realidade virtual, os desenhos que esboço nas muralhas do tempo. Vejo-me a sentir o teu perfume como que a fazer parte de mim. Enfim, sou um afortunado que na escuridão consegue ver-te, sentir-te, desejar-te. Pena mesmo é, que nesse escuro encontre os meus lamentos, porque vou perdendo a memória da tua textura verdadeira, o odor do teu perfume real, o calor dos teus abraços. É assim uma mistura de memórias e realidades, um surtido de coisas doces alternado com nuvens de sabor amargo.
Mas com os meus cansados olhos ainda tenho esperança de te ver em toda a minha volta como que a dançarmos à roda num banho de humildade, fraternidade dum mundo que foi feito não apenas para nós dois.
Os meus olhos não me enganam, mesmo quando estão fechados a olhar-te por dentro, num ver-me de sentido futuro arrastado por brisas, ventos ou tempestades.
Os meus olhos não me enganam, mesmo quando estão fechados a olhar-te por dentro, num ver-me de sentido futuro arrastado por brisas, ventos ou tempestades.
Através dos meus olhos sonho-te, sinto-te mesmo quando não te vejo.
Prontos, dizia a criança que passava ao pé de mim enquanto eu distraidamente delirava com a tua beleza que faz tempo não saboreio, ao mesmo tempo que me olhava com ar de quem quer perdoar-me algo que não lembro de ter feito ou dito. Se calhar queria dizer-me que sou nada, um perdido neste lugar que através das palavras que soletra com os olhos de lágrimas se quer encontrar. Não sei e olhando para os seus olhos de inocência ternura não me apeteceu perguntar. Fiquei-me pelo prontos num pronto de olhar fixo.
Afinal de contas, as minhas recordações estão memorizadas na retina.
Prontos, dizia a criança que passava ao pé de mim enquanto eu distraidamente delirava com a tua beleza que faz tempo não saboreio, ao mesmo tempo que me olhava com ar de quem quer perdoar-me algo que não lembro de ter feito ou dito. Se calhar queria dizer-me que sou nada, um perdido neste lugar que através das palavras que soletra com os olhos de lágrimas se quer encontrar. Não sei e olhando para os seus olhos de inocência ternura não me apeteceu perguntar. Fiquei-me pelo prontos num pronto de olhar fixo.
Afinal de contas, as minhas recordações estão memorizadas na retina.
Sanzalando
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