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22 de outubro de 2009

Silencio no intervalo

Às vezes se nos escapam palavras abruptas por entre doces sonhos, outras, palavras sem sentido, são ditas no calor da alma encadescente duma raiva escondida. Mas todas as palavras mostram apenas a alma, o estado de alma ou a alma dum estado. Às vezes as palavras são ruidos, insuportáveis, o mesmo se passa com a insuportabilidade da nossa alma. Enfim, às vezes as palavras são como a dor no peito, surda, assustadora, mesmo sabendo que estamos em plena saúde. As palavras fazem-nos sair das nossas prisões, transformam um infernal dia num resplandecente dia de sol, transformam calados silêncios em imagens reflectidas num qualquer espelho de expressão. As palavras traduzem os meus sonhos, contam-te na aparencia perfeita, na rima incompleta, na máscara ou na realidade dum qualquer photoshop aquilo que me sai desses sonhos que tu sabes que eu te sonho.

Às vezes me apetece modificar uma ou outra, transformar um sonho noutro, mas falta-me tempo, inteligência, paciência, capacidade ou mesmo um somho plausível.

As palavras, meio de comunicação, de confusão, aglutinação ou afastamento, são como os sonhos que sonho-te com as palavras como uma salada de frutas, um estado de alma.

Mas são os sonhos que te sonho e como posso eu modificar este sonho de te poder sonhar em cada segundo? Com outras palavras? Não as sei! E os silêncios são apenas pedaços de tempo que uso para respirar no intervalo dos sonhos.



Sanzalando

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