- Vá lá, tens de libertar a alma dessas pesadas memórias que te inconscientalizam da realidade e te levam a sacrifícios que o tempo do hoje até parece já passou.
- Nem sabes as vezes que eu já tentei libertar-me e me encontrei na página em branco duma vida que afinal nem era a minha.
- Agarras essa folha em branco, escreves com a tua letra em muitas cores, os teus sonhos, as tuas estórias e até as tuas ilusões e desilusões e regressas à vida.
- Não sabes o que é viver com estes demónios e ainda ter que lhes dar forma. Tantas vezes pensei em escrevê-los com tinta branca para não os poder ler...
- Não. Tu só sabes viver assim, só queres viver assim, nesse amor doentio, nessa inércia flácida da dor não dorida, sofrimento sem sofrer, fingir, mentir, sonhar vida e viver a morte....
- Cala-te! deixa-me nas minhas demências humanas, nos meus pesadelos de realidade absoluta...
- Tu e a tua realidade absoluta. Dor, lágrima, inércia. És o gião dum filme demasiado mau.
- E tu? verdade de vida? cicatriz mal curada duma ferida que nunca tiveste!
- Partes para o insulto barato, como sempre! Vem mas é viver a vida.
- Que sabes tu dela? A minha, se calhar, está no meio destes grãos coloridos de areia, nestas páginas que fiquei de escrever com lágrimas que não chorei.
Estou a gostar destes diálogos a uma voz.
ResponderEliminarÉ um novo registo que também é muito bonito.
Parabéns!