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26 de junho de 2010

Diálogo duma só voz (XV)

- Como é que é? Pagas uma cerveja para gelar este corpo fervente?
- Tás doente... tu é que devias pagar a este corpo sonhador os sonhos que te conto.
- Com gosto...
- ...tás muito simpático hoje. Que é que se passa?
- Tá sol e basta ver o brilho do sol, sentir a maresia e eu sou logo outro.
- me imitas. Já me estás a tomar conta do lugar e daqui a dias vais dizer que esta praia é tua e que eu vá lá para os lados de mais sul onde agora está frio de 27 º...
- ... nunca faria isso... começo a gostar-te...
- Tá aqui e está a sair bosta... desconfio dessa amizade e compreensão assim tão repentina. Ainda me vais perguntar donde vem o silêncio da areia...
- Não sejas parvo.
- ou de que é feito o grito calado do sofredor desconhecido.
- Loucaste mais uma vez se é que alguma vez deixaste de o ser.
- Não, sabes que eu sou a tempestade que te troveja o coração na irrequietude do teu sossego, ao mesmo tempo que serei a brisa que te arrefece no teu delírio febril, sou o teu abraço na solidão a tua voz na dor que finges eu não sinto.



Sanzalando

1 comentário:

  1. Gosto muito do tema solidão. E esta solidão tem um pouco da minha, da areia das dunas, do cheiro do mar.

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