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1 de junho de 2010

apenas me deito

Deito-me na areia da praia, banho-me de sol esquecendo recomendações e outras oratórias, penso nas infinitas frases que já sonhei, disse ou apenas imaginei sobre ti, de ti ou contigo e tendo dizê-la, uma apenas, em voz alta. Todas me parecem ter sido tão poucas que não consigo escolher uma.
Acho que fico no meio de dois mundos, o quase adormecido e o real. Deleito-me em busca de uma cor corporal que contradiga o vazio impuro do meu estado de alma.
Deixo-me torrando ao sol. Frase a frase. Uma, duas três. Meia dúzia. Afinal de contas eu sou o caminho do meio. Entre dois mundos eu prefiro o terceiro. Digo frases repetidas que deixam de ser minhas. Não sou dono duma deixa, dum verso ou dum parágrafo.
Deito-me na areia e suavizado pelo gélido zulmarinho me afogo na tua imagem sem legendas, sem palavras, silencio misterioso que me rodeia.
Deito-me contigo, apenas.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Afinal de contas " deixo " não é o melhor texto. Bem sei que nesta coisa da escrita não há melhores. Os momentos são diferentes e diferente está quem os vive e escreve.
    Foi tão bonito o que escreveu ( passado ) como bonito é o que escreve ( presente ). Com a vantagem ( para mim )que este é o momento. O meu. Aquele em que fico tocada pelo que diz, escolhendo as palavras que brotam como rios, mares, queimadas de áfrica, pássaros livres, luas, filmes românticos ou músicas...
    Tenho para mim que o próximo será sempre o melhor.
    Parabéns pela imaginação, sentimento e talento.
    Um bom dia!

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