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14 de setembro de 2010

caminho

Me meto ao caminho, direito a lado nenhum e vagueio por palavras que, como me disseram, as digo para poder respirar, amo para as poder escrever e escrêvo-as para poder continuar a amar.
Assim, perdido por ruas e vielas, becos e carreiros, sigo palavra a palavra em direcção ao lado de lá. Ainda chegarei a chegar lá? Não sei, mas um dia qualquer, que não hoje, ficarei a saber e não terei tempo para te dizer.
Na verdade o que mais me custa é não poder dizer-te em viva voz o que me vai na alma. Que cor têm os meus olhos hoje. Que sorriso mostro na minha cara. Enfim, não estar-te nem poder-me consolar em ti.
Às vezes, o que mais me doí, são estas lágrimas pretas que choro e que me parecem punhaladas na alma. Traduzido por palavras, é o teu silêncio que recebo na calada noite.
É o meu caminho, aquele que me encantou na adolescência, me sorriu tantas vezes quantas me fez feliz.
Bem vistas as coisas, o meu caminho são palavras e estas leva-as o vento.


Sanzalando

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