Deixo o tempo escorrer por entre os dedos das mãos feitas concha. Não consigo ser hermético.Ele foge-me como se fugisse a sete pés. Nunca percebi porquê os tantos pés, que para mim dois chegam para dar berrida de mim quando de mim estou cansado. Mas dizia, que ele, o tempo, se me foge como se fosse eu o diabo a segurar a cruz e nunca percebi o porquê.
Deve ser porque eu seguro na memória o teu rosto sonhado e nunca esquecido, porque percorri os teus caminhos ainda não inventados desta peregrinação a lado nenhum, porque senti o bater do teu coração parado ao longe, para além da miragem, para além donde a minha vista alcança.
Deve ser porque deixo as lágrimas criarem rios de palavras nas montanhas de nostalgia.
Deve ser... tantos devem ser os seres que eu nem sei qual o ser que já sou.
Apenas deve ser porque sim!
Sanzalando
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