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10 de setembro de 2010

imaginário mundo

Sento-me no vão da minha inercia, carrego pensamentos como quem transporta fardos e me deixo embalar por caminhos que já nem a memória se lembra.
Me disseram, e acreditei, que o mundo imaginário existe. É lá que os sonhos dormem, é lá que a liberdade imaginativa descansa. Deve de ser lá que é o paraíso.
Deve de ser desse paraíso que eu fui desterrado, desse mundo que eu fui expulso, nesse lugar onde me ficou o sorriso.
Um dia destes vou renovar o meu passaporte e ver se me deixam voltar nesse mundo, me deixam ser novamente criança e inocentemente recuperar o sorriso, o brilho dos olhos e a vivacidade que penso já tive.
Um dia, abandonada a inércia, livre de pesos e de consciência tranquila, eu vou voltar a ter os meus sonhos a tiracolo, usar as palavras silenciosas da escrita e cantar hinos de alegria.
Até lá, continuarei a esvoaçar as malandrices da memória.

Sanzalando

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