Sentado no descanso da vida, a olhar para mais lado nenhum que eu consiga ver, declaro solenemente que não acabarei de falar, mesmo que ainda não o tenha aprendido a fazer como deve ser, e mais ao menos a horas pouco certas aqui estarei para dizer o que a alma me ditar mesmo que ela esteja deitada a descansar.
Pensei mudar de nome, de cara, de físico fui mudando ao longo dos tempos, mas o raio desta vontade de continuar a querer falar perguiu-me sempre. Assim voltei a ter a mesma cara, o mesmo nome e cá estou para o que vier a dar.
Na verdade é que num instante nascemos e nem desse acto importantíssimo nos lembramos. Ai se eu tivesse memória desse primeiro choro, dessa primeira vez que os fluidos saíram num parece é fonte luminosa ainda sem luz... continuaria a falar mas a saber de mais coisas do que sei. Enquanto te falo me vou lembrando que o raio desta vista é um instante, fugitivo tempo que nos passa em frágeis e efémeros instantes e que em conjunto nos formam capítulos de vida.
Nestas falas, nestas estórias, nestes delírios e divagações que me tenho aqui perdido contigo, a pensar-te, viver-te e se calhar consumir-me em incompreensões, ódios e amores, rancores e outros enredos modifiquei o caminho da minha vida.
São capítulos. Instantâneos momentos.
Sanzalando
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