Deixo entrar o outono na minha vida. Deixo descansar aquele sol brilhante que me anima, que me energiza e que me faz ver que a vida só tem coisas boas porque as outras são arranhões de animação. É como as saudades, a gente só a tem das coisas que nos alegraram, que nos marcaram positivamente, porque as outras coisas não são saudades são mesmo só e apenas memórias. Mas optei por deixar entrar o outono porque tenho o teu abraço que me reconstrói, que me aquece quando me aconchego no seu interior. Esse teu gesto simples, carregado de afectos faz-me sentir daquele jeito feito verão.
Se a minha cabeça ferve, se a minha angústia fervilha, se o o meu coração dispara, esse teu carinho me reconstrói numa calma que nem em palavras consigo descrever. Toda essa fervura se arrefece no momento do teu abraço e solidifica na forma dum silêncio profundo.
Como sabes, o teu abraço já faz parte das minhas necessidades fundamentais, já estou dependente desse afecto, desse delirante reconstructor de cicatrizes diárias.
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