A Minha Sanzala

no fim desta página

3 de abril de 2023

conduzir em meditação

Ouço no rádio uma música, olho para frente sem estar a ver nada, apenas só se algo de anormal acontecer eu sou como que acordado deste meditar que me leva dum aqui para um outro qualquer ali.
Na verdade eu já fui criança e me lembro de muitos momentos dessa altura. Posso mesmo dizer que eu sou criança nesse exacto instante. 
Em cada instante eu sou um eu de mim. Tudo depende da circunstância.
Agora sou uma criança que se recorda da marginal, uma recta semi-curvada para a direita que marginaliza a baía. Eu vou de pendura com a minha mãe. Acho é hoje ela vai usar a 4ª. Tenho que insistir e quase na curva da SOS ele consegue meter a mudança. Eu estou nas núvens, vou a 80 no Mini da minha mãe com ela a conduzir. Mãe, agora tens de reduzir, grito de espanto a ver a SOS ali mesmo à minha esquerda. Que nada, ela seguiu em frente e só parou na cancela de acesso ao porto e com travagem de quem ia atropelar a dita. 
Nesse instante desmeditei-me e lembrei-me que nunca tinha tido tanto medo dentro dum carro. 
Voltando à recordação, saído da meditação, reconheço que a minha mãe estava pálida e só me dizia que conduzir era uma coisa muito séria e perigosa.
Verdade seja dita que aquele mini se não fosse o filho da minha mãe lhe gamar o carro nas noites de farra, ele ia ter teias de aranha no motor.
E lá vou ver o mar conduzindo ao sabor da música


Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário

Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado