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9 de abril de 2023

Vou ao Saco ouvir música

Fui ver o mar para o lado do Saco. O monstro do minério se enferrujou. Quem não sabe bem que é que aquilo foi vai pensar é um dragão que se ferrou da cor de pó de ferro e petrificou ali num estado catatónico.
Tem barco atracado mas não usa aquele dragão feito grua petrificada. Acho ele é petroleiro. Mas isso não me é importante nem fica para a minha história que a minha é mais uma estória das outras. Mas que me doeu olhar assim para aquilo, doeu. Vou subir na estrada para a praia das conchas ou fico só mesmo aqui a olhar. Sou desapegado e prefiro ficar ali a imaginar o comboio chegar, automaticamente carruagem a carruagem era descarregada num fazer de pino que eu nem sabia havia máquinas para fazer aquelas piruetas nos vagões.
O comboio vinha dali, desligava o vagão, ele ia sozinho para dentro duma garagem. Se lhe prendiam assim acho eram uma ventosas, virava ao contrário e num segundo estava o tapete rolante a levar o minério para aqueles morros que depois assim num carrossel de pás era transportado para outro tapete e depois esses dragões deixavam cair parecia era chuva no porão de navios que dava quase para perder de vista da popa à proa. Agora aqui, sentado no meu carro, ouvindo uma rádio ao acaso dou comigo a viajar até aos idos tempos de ser jovem e achar que o Saco era longe para caraças.



Sanzalando

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