recomeça o futuro sem esquecer o passado

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13 de abril de 2023

é a vida

Sigo estrada fora, sempre em direcção ao zulmarinho, sempre com os olhos postos no meu início e no meio pois lá longe eu não consigo nem quero ver o meu futuro, ouvindo a minha musiquinha no rádio. 
As vezes que me perdi pelo tal de Cupido, num olhar ou num sorriso, num estar ou forma de ser, acho fui feito reacção química que me fez perder a razão e entrou a paixão. Assim numa forma aditiva de estremecer a alma e o corpo faz de conta eu entrei numa tremideira de ansiedade e desejo, deixando de olhar o mundo tal qual ele é. Custa dizer que a gente se perde nesse tal de Cupido, mas nem razão a gente tem mais, o juízo se desmorona, o olhar se desfoca. Tudo por causa dessa tremideira que esse Cupido nos faz. Nem faz tentar se por de lado a ver, desconsegue-se distinguir a realidade e a razão da ficção apaixonada. Tudo fica inexplicável, incomparável e impuro.
Esse de cúpido até nos faz perder o paladar porque o sabor sabe sempre a amor, musa perfeita da mais pura imperfeição.
A música toca no rádio, o carro segue automaticamente ao azul desse zulmarinho, as recordações chegam à superficialidade do pensamento e eu não tenho maneira de fugir-me e negar os amores que se iniciam sempre perfeitos.
Quantas tantas vezes me despedi dessas ilusões, desses amores de morte, dessas almas encantadas? Vida de ser humano tem destas coisas, ainda por cima quando se é normal e se tenta normalmente viver a vida de cada vez ao dia.


Sanzalando

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