Lá vou por essa estrada fora ouvindo música no rádio. Quando eles falam nem sei o que estão a dizer. Descontraído rio ou apenas sorrio se dizem piada que nem entra no chip da memória. Se Dão música eu entro em transe e vou só com ela no ouvido. Feliz, diria. Na memória não ficou a música que ouvi. Lá ficaram os restos da minha meditação ou reviveração de momentos passados que são repassados a pente fino. Alegres ou tristes, envergonhantes ou não, são revividos ao pormenor. É, eu medito a conduzir e ouvir música do rádio. Nem me dou ao trabalho de lhe escolher. Fico com outros trabalhos.
É evidente que eu tenho medo de despertar dum desses momentos, dum desses inconscientes reviver e ver que já não estou no grupo dos vivos. Desde já alerto que isso é a última coisa que quero fazer e será sempre contra a minha vontade.
Hoje enquanto percorria a minha estrada me recordei da chuva quente que cai por estes dias na terra da minha infância, da inundação da esquina do Fonseca, da quase impossibilidade de ir á Oasis ter com aquele grupo que não discute futebol mas antes carros e outras motorizações. Uns são do Sporting e outros do Benfica e, não sei se tem algum doutro clube qualquer, eles não discutem. Sabem que o Eusébio é uma maquina, que o Peres é outra. Mas mais que isso fica para conversa animada da falta de pontos que são só dois. Tu ganhaste ou perdeste e se acabou ali. Agora motores é um ver se te avias. Desde os centímetros cúbicos, à potencia e força, dos cavalos á rapidez de resposta ao arranque até parece eles são mecânicos. São-no só de saber teórico pois tenho a certeza que se o motor lhes avariar fazem que nem eu: abrem o capot e ficam a olhar à espera do milagre acontecer
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