Se eu me lembrasse da primeira vez que começámos a conversar, sem ser na escola, eu estaria agora a fazer um filme de riso e piadas ao mesmo tempo que te ia admirar como te admirava naquela altura. Os dias vão passando, as nossas conversas profundas e maduras para tanta adolescência, fizeram com que nascesse o que parecia um amor para a vida toda, numa eternidade que não começou. Primeiro foi a distância que nos torturou na forma de saudade. Depois a irreverência da juventude me levou a que a saudade fosse apagada na intensidade da vida, me afogasse em querer viver com tal intensidade que quase me esquecia de sobreviver, quanto mais amar. Quantas vezes não falámos porque o teu nariz empinado se recusava a olhar para a face terrena da minha existência?
Com o passar dos anos a distância nos foi separando ao ponto de um fragmento se ter tornado numa fenda inultrapassável.
Se eu me lembrasse da nossa primeira conversa sem ser no liceu, decerto lembrar-me-ia da última que tivemos. Não vou ser mais o bobo esquecido que levou o sentimento como se fosse vento. Vou só ser o eu que um dia te gostava e que a vida modificou..
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