recomeça o futuro sem esquecer o passado

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15 de fevereiro de 2005

Hoje me sentei aqui, originalmente aqui e por aqui vou ficar.
Me afastei ao ler um tal que tem nome de praia que até agora a praia ficou feia para mim. E depois vem outro lá da serra a grita viva e outra que quer ser mais papista que o papa, todos a darem no bolorento do sal com azar que até cego fica com raiva se volta a ver. É vê-los a todos de camisa verde escura e calçanitos castanhos e cinto de cabedal a parecer cordeirinhos a marchar. E sentem-se felizes.
Mas felizmente que os leios esporadicamente para vos poder escrever o que vos estou a escrever. Certo que nem mosca na sopa era estar doido se lhes lesse tudo.
Só é macho mesmo quem andou sozinho no mato, quem bebeu água da possilga, quem, quem. Mas é de doidos. Se se embrulhassem em papel higiénico ainda iam parecer que tinham acordado num pirâmide lá dos egiptos milenares.
Me afasto devagarmente com a tristeza estampada no rosto por ver um site que podia ser de futuro, invadido pelo passado retrogrado e mais, pelo desejo solene de querer que o futuro não exista, imaginando que depois deles terem passado o terreno por eles pisado deixou de existir.
Nem o Velho do Restelo.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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