A Minha Sanzala

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18 de fevereiro de 2005

Te peço desculpas, mermão

"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma desculpa, mermão Hoje, 14:47
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Conversas de Café
Te começo mesmo por pedir desculpa. Num sabes porquê, mas eu te vou dizer, mermão. Como sabes, avilo, fui na cidade, fui ver um mar de carros, de gente que corre com pressa de ir a lado nenhum porque nunca se chega a horas a lado algum. Fui em vão. Não, mermão, fui de carro mas nada fazer, já que na próxima semana tenho de voltar para fazer a mesma coisa, tudo porque um camba se esqueceu. Mesmo não parece nada de coisas deste final do zulmarinho, mas aconteceu. Portanto, mermão, ontem vim para junto do zulmarinho, me sentei na beira dele e fiquei na contemplação, assim como divindade e não calcei as botas para vir ter contigo. Só por isso te peço as desculpas, mermão. Um homem não é de pau e às vezes precisa mesmo de ficar assim em contemplação com ele mesmo. Manda lá vir a loira de ontem que marcha com as de hoje e não ficamos em dívida.Mermão, fui dando os primeiros passos dentro do zulmarinho para ficar mais perto mesmo de ti. Parece que a viabilidade, palavra que deve vir num dicionário qualquer, vai ter que ser mesmo pertinho de ti e não lá no início do zulmarinho como eu magicamente estou a sonhar. Ou então perto das acácias, que sei que vão ficar em flôr quando me virem a recolher as suas sombras.Mermão, mas às vezes parece que cada passo dado em frente recuo dois ou três. Bebo outra, mermão para ver se perco este sentimento de distância que não é constância, mas antes pelo contrário.O que me vale mesmo, mermão, são as gotas lacrimejantes, o cheiro a marzia e o azul deste zulmarinho que me trás em cada onda um abraço teu.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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