A Minha Sanzala

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18 de fevereiro de 2005

Hoje te escrevo uma carta

"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma carta 16-02-2005 23:35
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Conversas de Café
Mermão, hoje não tenho o previlégio de me sentar ao teu lado, sentir o perfume do zulmarinho, receber os salpicos salgados das lágrimas que brotam das ondas desse zulmarinho.Mermão, hoje tive que vir para a cidade, a capital construida em muitos lados por dinheiros recolhidos sei lá como aí nos inícios desse zulmarinho. Sabes, mermão, que hoje não te acompanho nas birras. Hoje me fico apenas no chá de capim quentinho que trouxe no bolso do fato. Sim, mermão, me leste bem, no fato. Sabes, mermão que há por aí uns loucos que me puzeram a fazer de juri no exame final da oficialização de navalhar outro ser sem se ser preso. Sabes que a minha aculturação tem destas coisas, mermão. Vão ser dois dias em que estarei a espremer os saberes de outros dois e depois ainda tenho de dicidir se lhes deixo usar a faquita. São coisas deste mundo, mermão.Mas te digo outra coisa espantosa que não vais acreditar, mas sei que acreditas porque sou eu que tas digo. Vindo de longe, fim de tarde, trânsito que parece mais inferno que cidade, semi perdido no mar de carros vejo duas chapas, uma que veio de Macau e outra daqui mesmo. Sabes como é. Houve logo gritaria de passeio para a estrada que é rua. 'Vais fazer exame à próstata?' foi a última cisa que ouvi. Mariquita sorriu e sinal verde, buzinas a tocar e se ficou a conversa por aqui.Bem mermão, vou acabar o chá antes que arrefeça.Fica bem e cuida do azul desse zulmarinho do meu magicamento.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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