Caminho em passo curtos na borda do final o zulmarinho. Vou numa ida e volta repetitiva, caminhando palavras que nascem no pensamento assim num sem querer. E tu segues me ouvindo com a tua paciência sombrada de me seguir ou de ir na minha frente agarrada no teu silêncio. Contornas acariciando as irregularidades da areia que piso, umas vezes deformando-te, outras vezes intacta nos contornos.
Nas palavras soltas que te falo eu te digo que a música é a melhor criação do mundo. Cada um de nós tem a sua música, todos a querem e todos se identificam numa qualquer música como se ele fosse dele mesmo. Doce adaptação aos ouvidos criada por todos e para todos. Cada um encontra mesmo a sua canção. Uns escolhem pelo tema, outros o ritmo, horas do dia e coisas assim mais ou menos que qualquer motivo.
A música é como as pessoas, diferentes no ritmo e nos acordes, no estilo e na personalidade. Umas são fortes, outras suaves e nostálgicas, umas outras não têm sentido outras são poemas.
Com a música se dança, com ela se ri ou se chora, se vive e se ama. A música é vida, é ritmo no sangue, teletransportadora para outras dimensões.
Há tantas músicas por descobrir, medicina gratuita e reconfortante.
Neste caminhar vou ouvindo o silêncio da música que me trazem as ondas desde lá do início dele, danço no pensar, me animo, me inspiro como uma chama que me queima de ideias, me escondo das coisas aborrecidas e da longa espera, viajo num subir e descer pelo mundo, me encontro e me perco.
Viva a música. Pena mesmo é eu às vezes ser surdo.
Sanzalando