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5 de julho de 2007

Hoje sou um sol


Me ponho ao caminho. Num final de zulmarinho qualquer, numa tarde quente. Eu, o zulmarinho e o céu. Só existe este universo. Por acaso até pode estar cheio de outras coisas, mas o que os meus olhos sentem é só este triângulo equilátero.
Caminho aéreo fora de mim como a que me olhar e estudar a pose com que o meu pensamento caminha. Mão estendida para acariciar os raios do sol que me vestem cada canto de cor, contornam-me de sombras calaras e escuras, escondem pormenores e realçam defeitos. Sigo adiante e vejo o que sou e o que significo.
Como é bom saborear a minha invisibilidade enquanto o meu corpo caminha por pensamentos e palavras.
Hoje sinto que sou o sol, mesmo aquele que já não irradia a luz dum antigamente. Mas me sinto luz como se o sol morasse dentro de mim, mesmo não sendo o sol de outras horas. Só ilumino partes específicas de mim porque quero manter na penumbra outras partes, não porque me assustem ou me inquietem, mas apenas porque já lhes passou o tempo.
Hoje sou o sol porque sou livre de ser louco em beijos frescos e ternuras quentes.
Hoje sou o sol porque lhe trago a luz desde o cruzeiro do sul.
Hoje sou!


Sanzalando

3 comentários:

  1. a) Universo = triângulo equilátero; b) «Eu, o zulmarinho e o céu»;
    Só (?) isto já bastaria para valer a pena passar por aqui. :)

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  2. Depois de te ler, assim, feliz, cheio de vida, basta apenas sorrir.

    Beijos

    I.

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