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23 de julho de 2007

Vento

Me sento algures por aqui, na mota da vida e de cabelos ao vento vou caminhando por palavras e tropeções. Se assim não fosse nem tinha piada fazer as caminhadas circulares. A gente nasce deitado, viveria deitado à espera de ir deitado até na escuridão vazia da outra vida que não se vive. Assim, na mota da vida, a gente vai apanhando com o vento a refrescar a mente. Vê montes e vales, horizontes verticais, cambalhotas e acrobacias, altos e baixos, tangas de fio dental, hot pants, sobretudos e sobre nadas, se esquecendo que a vista vai rareando e que as nódoas negras se vão acumular num canto qualquer da memória para num mais tarde recordar em forma de estória para os netos e afins.
Hoje, não esperando nenhuma queda, caminho na minha mota sobre palavras e nódoas negras amarelecidas.
Já fui uma milésima de segundo, já desacreditei-me nos olhos, já balbuciei palavras de silencio, agora é tempo de voar contra o vento e sorrir num esticar de pele enrugada da velocidade branqueadora de cabelos.
Hoje só te vou dizer mesmo uma só palavra: vento.

Sanzalando

2 comentários:

  1. Um vento que muda de direcção sem pedir licença, arruma, desarruma, areja e um cem número de coisas
    eheheheheheheheheheheheh
    mas nem o vento nem ninguém leva o prazer de uma boa cavaqueira amena e o mergulho fresquinho no zulmarinho.
    Gostei muito
    Beijos grandes

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  2. Amigo"Jotacê":
    Só lhe digo uma coisa, mas sincera e amiga:
    Você contraria e é mais forte do que o vento...
    Mais forte que uma tempestade...
    Força! Há alguém que o escuta com sinceridade e amizade, pode crer?
    Um Bem-Haja
    Com admiração
    pena

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