Hoje me sento de frente para esse mar e espero ouvir um marulhar que me diga as coisas que eu gostaria de ouvir. Hoje ele se recalmou num ar de inocência e de tranquilidade que até parece é um inocente lago dum interior qualquer. Com dificuldade lhe ouço no quase silêncio das suas não existentes ondas.
Enquanto nada me chega vou pensando no quase salvamento desse naufrágio que é a espera. Aproveito um raio de sol deste quase inverno para inventar um verão de outro lado e me levar por pensamentos que vão das raízes aos dias de hoje.
Me estico nas lembranças com um preguiçoso deitar e perco-me nas esquinas da memória com medo de me esquecer. Tantos são os nomes que eu os soletro um a um e fico com a ideia que cada dia um a um se vai perdendo. Nem mesmo o mar mos diz e me corrige.
Sento-me frente ao mar num verão de ideias, nado num mar de lembranças e bóio num lago de imagens virtuais.
Hoje me sento frente ao mar e me veraneio de saudades.
Sanzalando
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