Hoje caminhei até aqui, ao meu mar, para estar em silêncio. Queria ver se me encontrava. É que ando um pouco fugido de mim e até os meus amigos têm-me procurado. Sempre em vão. Desapareci para parte incerta de mim. Dizem-me. Então está na hora de eu me encontrar e dizer-lhes depois que estou aqui e com eles.
Mas na verdade tem sido difícil suportar-me, ouvir-me chorar sonhos, sentir-me irrequieto em imagens de memória e saber-me preso à imaginação do passado que não existiu na forma como eu queria.
Por isso ouvindo o mar, pensei, em silêncio eu me vou encontrar e vou saber as coisas que estão do outro lado de lá da linha horizontal que a vista alcança e vou voltar a ser o eu que eu queria ser.
Na verdade eu não posso aguentar mais estar sem contar-te as minhas coisas, aquelas que passam no coração, aqueles que fervilham na alma e que eu banho em palavras doces que te digo.
Hoje, aqui perto do mar, no meu silêncio, mordisquei os meus dedos enquanto me recordava dos teus olhos e procurava ouvir palavras saídas da tua boca.
Hoje vim ouvir o silêncio.
Sanzalando
O silêncio, não dizem que é de ouro?
ResponderEliminarEntão!...
Este texto é brilhante que nem diamante.
SAUDAÇÕES!
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