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24 de dezembro de 2010

boas festas

Me deixei estar por aqui sentado enquanto respirava de alívio por ter sido salvo da espera.  A espera afoga, abafa e cansa. Faz anos que me estava a afundar na espera, que me soletrava palavras de desespero e angústia porque me enterrava na espera. Agora fui salvo pelo simples facto que já não espero. Desejo-o na mesma, mas já não sofro desenfreadamente. Um raio de sol faz-me sorrir e talvez me traga a ténue lembrança da sua existência ou do meu intimo querer. Apenas isso. Já não espraio razões nem faço subir marés com lágrimas. Sorrio e um dia, se calhar, eu terei o que quero, sem ter tido que esperar. Mais, diga-se.
Timidamente imagino o que teria sido a minha vida sem essa espera. Desinteressante por certo. Mas agora, o interessante é que não espero e não morro por isso e as imagens que imagino já nem sei se são reais ou força do hábito.
Calcorreio com os meus dedos o mapa. O outro lado do mar está a um palmo. Ali. Deixa-o estar, talvez qualquer dia ele esteja a um dedo de distância. 
Dia da Família, sem neve, calor tórrido, vento fraco, ar irrespirável. Insuportavelmente desejado ontem, querido hoje e amanhã logo se verá.
Me deixo estar por aqui sentado a ver o tempo passar e, salvo da espera, canto canções que invento nas imagens que imagino. Que lindo pôr do sol! Que perfume a terra molhada! Que lindo colorido me rodeia.
Boas festas a todos!
Sanzalando

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