
Vou mordiscando os meus dedos mostrando uma timidez enquanto observo o mar e me deixo levar para a minha rua, para o meu café, para minha mesa onde os kotas toleram a minha presença porque sabem um dia eu vou contar as estórias que lhes ouvi ou fingi ter ouvido.
Vou torcendo o lábio enquanto penso nelas, as meninas formosas da minha escola que nunca me olharam mesmo quando me falavam. Eu sei que tinham medo dum susto ou que um dia eu lhes podia dizer o nome em voz alta.
Vou fechando os olhos enquanto me embalo na cadeira de balouço feita de aduelas de barril que estava na minha varanda, qual meu posto de controlo.
E o mar gelado continua calado no que tem para me contar. Um dia, ele vai querer falar e eu não vou estar aqui para lhe escutar, nem para me recordar desses tempos todos que guardei na memória de adolescente que se esqueceu de crescer.
Sanzalando
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