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22 de dezembro de 2010

isoladamente sozinho

Hoje acordei e senti-me sozinho. Não é normal, porque normalmente sinto a responsabilidade do mundo em cima de mim. 
Não é que eu seja importante, esteja convencido de superioridade ou coisa parecida. Apenas porque eu me sinto irremediavelmente responsável de existir, de viver, de querer-te no querer tanto que ainda não inventei uma medida capaz de definir esse gostar tanto. Apenas porque o mundo gira e eu com ele. Talvez por estar frio, talvez porque a maresia saiba-me a gelo salgado, talvez porque o cinzento céu me escurece as pupilas.
Não sei, hoje acordei isolado. O mundo parecia que não existia. Acho tive um eclipse e me deixei ficar na penumbra da minha insignificância. Mas mesmo assim me olhei no espelho e me disse que ia seguir em frente. Tive medo. Seguir em frente sozinho pode ser pesado para um ser fragilizado pelas desilusões e outras contradições. Mas o mundo gira e eu com ele.
Hoje acordei  e senti-me sozinho, por isso não fui ver o mar. Me encerrei em casa e recordei os tantos recordares que tenho na minha memória, o teu perfume, o teu calor, a tua cor tórrida de muitos tons. 
Hoje recordei-me e tive medo.
A vida continua mesmo quando eu estou parado num nada de mim. Será que ainda me lembro de todas as curvas da vida?
Hoje acordei isolado até de mim e me deixei ver-te de perfil.

Sanzalando

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