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11 de dezembro de 2010

Sol mas vento

Ensolou outra vez, mas o vento veio me atrapalhar nesta espera dum esternamente adiado sonho. Aqui na areia longe do revoltado mar que até está rouco no seu marulhar e não lhe consigo perceber os recados que possam chegar desde o outro lado. Me apetece até cantar, sabendo que o vento vai empurrar as minhas palavras para dentro outra vez e ninguém se vai assustar.
Mas eu já não sei canção nenhuma. As que eu sabia se esconderam nas teias do esquecimento, se camuflaram nas areias do pó memorial e agora só me restam títulos. Ah, acho vou inventar uma canção que cante os meus sonhos e naufrague as minhas lágrimas. Impossível? Então nem vou nem tentar. Impossiveis já me sobram os outros meus sonhos. Este eu descarto num baralho de areia e com ele faço castelos de brincar à espera que o mar me venha derrotar.
Aproveito o sol e deixo me levar pelo vento que sopra contrário ao que eu queria.
Não há modo de chegar a ser feliz.


Sanzalando

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